Manchete: Curso de Musicalização Infantil forma crianças para o convívio em sociedade
Chamada: Faculdade de Música do Espírito Santo mantém ensino voltado para os “pequenos” há 25 anos
Quem nunca pensou um dia em tocar algum instrumento musical? A música - tocada, escutada ou dançada - faz parte da cultura do homem desde a antiguidade, quando o ser humano começou a improvisar utensílios e até o próprio corpo para obter o som. O homem inventou ou descobriu uma arte que continua e continuará para sempre na existência humana.
A Faculdade de Música do Espírito Santo “Maurício de Oliveira” (Fames) oferece cursos voltados para o ensino da música. O curso de Musicalização Infantil, que atende crianças a partir dos quatro anos de idade e tem como objetivo durante cerca de oito anos ensinar não apenas a tocar instrumentos musicais, mas também ajudar no desenvolvimento humano e da cidadania dos “pequenos”.
Uma das turmas que a profª Ana Cláudia ensina flauta doce |
A professora de música Ana Cláudia, 40, ex-aluna da instituição, com 20 anos de profissão e trabalhando com meninos e meninas de várias idades, aponta qual o principal objetivo da Musicalização Infantil. “A idéia da musicalização não é formar simplesmente o intérprete. Mas formar também o apreciador, aquele que gosta da música. Então o curso não é vinculado ao curso de violão, piano, violino, entre outros. Ele é um curso independente”, afirma Ana Cláudia.
Ela explica a importância da flauta doce com as crianças no início do curso. “Porque é um instrumento de baixo custo, que a grande maioria das crianças pode adquirir. É um instrumento pequeno, correspondente ao tamanho da mão da criança e, também, porque trabalha muito com a boca e o tato. Então você trabalha com a sensibilidade e a respiração, que envolve a questão do sentir e do fazer a música”, explica a professora.
Davi Nepomuceno Cardoso na aula de Musicalização (centro) |
O aluno da faixa etária de oito a nove anos, Davi Nepomuceno Cardoso, entrou na Musicalização Infantil quando tinha seis anos e teve como grande incentivadora a irmã. “Eu gostava de estudar música e minha irmã já treinava. Aí eu entrei na igreja perto da minha casa e comecei a tocar bateria. Depois minha mãe me colocou aqui”, diz o menino.
Muitas crianças são contempladas pela Fames no curso voltado para os “pequenos”, mas isso não significa que a maioria segue no mundo da música. Porém, a Musicalização Infantil vai muito além de somente aprender a tocar um instrumento ou seguir carreira na área musical. Os alunos aprendem a saber respeitar os outros a ter disciplina dentro e fora da sala de aula, além de desenvolver aptidões e habilidades que servirão para o convívio em sociedade.
O início
A Musicalização Infantil começou de uma necessidade da Faculdade de Música do Espírito Santo “Maurício de Oliveira” (Fames), à época Escola de Música do Espírito Santo (EMES) de ter um curso voltado para crianças, em 1985. Antes, a opção para as crianças terem a oportunidade de aprender a tocar um instrumento, era apenas para crianças a partir de 11 anos.
Segundo uma das pioneiras da criação da Musicalização Infantil, a professora de música e coordenadora do curso de licenciatura, Rosângela Fernandes, o método utilizado para ensinar as crianças no início é praticamente o mesmo que hoje. ”A estrutura praticamente se manteve. O que modificou foi como se trabalhar com as crianças, quais metodologias que são utilizadas. E educação sempre tem que pensar que é um processo dinâmico, que sempre está mudando”, afirma Rosângela Fernandes.
Agora a partir dos quatro anos de idade na Fames as crianças conseguem ter contato com esse novo mundo, que objetiva acrescentar mais a cultura e ajudar na socialização de meninos e meninas de forma rápida. Por isso a procura pelo curso é muito grande e os candidatos não pagam nada para concorrer às vagas. A seleção dos inúmeros interessados é feita através de sorteio.
Cinqüenta e cinco anos de história
A Faculdade de Música do Espírito Santo – Fames – foi criada no governo de Jones dos Santos Neves, com o nome de Instituto de Música do Espírito Santo – IMES – através da Lei 661, como um estabelecimento de ensino artístico. Do sonho de Ricardina Stamato da Fonseca e Castro, professora de piano, que desejava incentivar o ensino da música em Vitória, ofertando aos capixabas cursos de diversas naturezas na área da música.
Em 05 de maio de 1954, a Lei criada sofreu alteração, transformando o IMES em Escola de Música do Espírito Santo (Emes), uma instituição de ensino de natureza pública. Em 23 de maio de 1954, a escola foi instalada, passando então a funcionar regularmente, no colégio Irmã Maria Horta, na Praia do Canto.
Com o passar do tempo o Emes consolidou-se como um importante centro acadêmico do Espírito Santo, passando a se denominar como Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), através da Lei Complementar 281, implantando em 2005 mais um curso de graduação: Licenciatura em Música – Habilitação em Educação Musical , e, os Cursos Técnicos em Música Erudita : Técnico em Instrumento, Técnico em Canto, Técnico em Regência e Técnico em Composição, e o Curso Técnico em Música Popular. Além dos cursos de graduação, a Fames oferece os cursos de Musicalização Infantil, Curso de Formação Musical e Cursos de Extensão.
Nos 55 anos de existência muitos diretores contribuíram para o desenvolvimento da Fames, entre eles; Ricardina Stamato da Fonseca e Castro, Áurea Adnet, Alceu Camargo, Anny Cabral, Vera Silva Camargo, Maria das Graças Silva Neves, Odete Maria Mello Souto, Mauricio de Oliveira, Sônia Cabral, Lelis Mariza Boechat Peyneau, Isa Virgínia Boechat, Nelson Gonçalves, Natércia Lopes, Heloísa Cordeiro Schaydegger, Raquel Bianca Castro de Sousa e Fernando Castro Rocha. Atualmente a Fames é dirigida por Edilson Barboza.
Fonte: http://www.fames.es.gov.br/
Lei de Música no Brasil
Foi sancionado pelo presidente da república em exercício, José Alencar, em 2008, o projeto de lei que obriga escolas públicas e particulares de todo o país a oferecer aulas de música aos estudantes. As instituições de ensino têm até 3 anos para se adequar às exigências da nova lei. Essa lei altera a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que determina o aprendizado de arte, mas não especifica o conteúdo.
Apresentação movimenta famílias dos alunos da Musicalização Infantil
No encerramento das aulas do "coralito" é realizada uma apresentação das crianças da Musicalização Infantil para os familiares em alguns teatros da Grande Vitória. Uma das apresentações de fim de ano foi feita pelo concerto da classe de Prática de conjunto e Coro da Musicalização com crianças de 6 a 9 anos, no Teatro do Colégio Marista, em Vila Velha. As músicas cantadas pelos “pequenos” no coro são as mesmas ensaiadas durante as aulas do "coralito", que consiste na parte de técnica vocal e canto.
Algumas músicas foram cantadas no coral infantil, entre elas a conhecida “Super Fantástico”, de A Turma do Balão Mágico.
Confira o vídeo:
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